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ACIAP BM se posiciona contra novo projeto de concessão da Via Dutra

Notícias - 16/01/20

A ACIAP BM (Associação Comercial, Industrial, Agropastoril e Prestadora de Serviços de Barra Mansa) se posicionou contra o novo projeto de concessão da Rodovia Presidente Dutra (BR 116) apresentado nesta quarta-feira, dia 15, durante audiência pública realizada pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), no Rio de Janeiro. Em sua fala na audiência, o presidente da entidade, Bruno Paciello, afirmou que a EPL (Empresa de Planejamento e Logística) ignorou os pedidos feitos pelas entidades empresariais do Sul Fluminense com relação aos investimentos no trecho da rodovia que corta a região.

 

“Em outubro passado, estivemos em Brasília e entregamos ao diretor-presidente da EPL um estudo feito pelo grupo LIDER com várias demandas relacionadas à nossa região, entre elas a duplicação imediata do trecho de descida da Serra das Araras, a não instalação de novas praças de pedágio e a construção de acessos a áreas que podem receber novos empreendimentos às margens da rodovia. Nenhuma dessas demandas foi contemplada no novo projeto de concessão. O que vimos na apresentação da ANTT foram investimentos prioritários no trecho paulista da estrada. O estado do Rio, em especial a região Sul Fluminense, ficaram em segundo plano”, disse Paciello.

 

Entre os pontos de maior discordância da ACIAP BM está a implementação de uma nova praça de pedágio em Barra Mansa, próxima à Pedreira Pombal. “Além de separar a sede do município do distrito de Floriano, a instalação de mais uma praça de pedágio vai gerar desemprego na região. Milhares de moradores de Barra Mansa e Volta Redonda trabalham no polo automotivo de Resende e em Itatiaia. O custo do transporte vai subir muito, inviabilizando a contratação desses moradores”, argumentou o presidente da ACIAP BM.

Outro ponto defendido pela entidade é a construção de acessos a áreas que podem receber novos empreendimentos às margens da rodovia. “Esse é o caso da Zona Especial de Negócios (ZEN) de Barra Mansa, que aguarda a liberação e investimentos na obra de acesso ao local. Nosso pedido foi para que os processos de construção de acessos em toda a região sejam desburocratizados, objetivando potencializar a economia do Sul Fluminense”, defendeu Paciello.

 

Segundo ele, a ACIAP BM – ao lado de outras entidades empresariais da região – já iniciou mobilização junto aos deputados federais do estado do Rio para tentar reverter alguns pontos apresentados no novo projeto. “Queremos construir junto à ANTT um documento que realmente seja benéfico para o estado do Rio e para o Sul Fluminense. Não podemos nos contentar com uma concessão que só traga prejuízos a nossa população”, afirmou Bruno.

 

Prazo curto – O presidente do CODEC BM (Conselho de Desenvolvimento Econômico de Barra Mansa), Arivaldo Corrêa Mattos, também participou da audiência pública. Além dos pontos defendidos pela ACIAP BM, ele argumentou sobre a necessidade de maior prazo para debate do novo projeto de concessão da Via Dutra.

 

“As contribuições da consulta pública podem ser enviadas somente até o dia 03 de fevereiro, sendo que a audiências começaram no último dia 14 e terminam dia 17 de janeiro. Os parlamentares estão em recesso e grande parte das prefeituras não foi ouvida no processo. Também defendemos que seja realizada uma audiência pública no Sul Fluminense, para ouvir as demandas da nossa região. Isso é democrático e de suma importância para o processo”, disse Arivaldo.

 

Para ele, o projeto de concessão da rodovia apresentado pela ANTT impõe barreiras físicas e econômicas para o desenvolvimento do Sul Fluminense. “Está prevista a construção de apenas dois quilômetros de vias marginais para todo o estado do Rio. Isso é um verdadeiro absurdo e nos coloca em uma situação muito difícil de crescimento. Vamos envolver as lideranças políticas da região em nossos pleitos para tentar reverter essas situações.

 

Contamos com o apoio de toda população para isso”, afirmou o presidente do CODEC BM.

O novo edital de concessão prevê contrato de 30 anos e investimentos de R$ 17 bilhões pela futura concessionária. O contrato atual coma CCR expira em 29 de fevereiro de 2021. A previsão da ANTT é de que a licitação do edital do leilão seja realizada no segundo semestre de 2020, após a apreciação e aprovação dos estudos do projeto da concessão pelo Tribunal de Contas da União. Pelo modelo apresentado, além da rodovia Presidente Dutra, a empresa vencedora também vai assumir um trecho de 196 quilômetros da Rio-Santos, entre Ubatuba (SP) e Itaguaí (RJ). A terceira e última audiência pública acontece nesta sexta-feira, em São Paulo.


Fonte: Agência Dupla Criativa